Thursday, August 28, 2008

....,,,!!!?????

a escrita resume.se a ti.
cada palavra é parte do corpo teu.
o teu sentir em cada sílaba minha.
a pontuação : a forma outra do prazer que não escrevo aqui!

Monday, May 19, 2008

15



a V,B,A,G


Quinze

foi o número que os separara anos a fio
o mesmo número os unira num só em dias.
Ela desejara-o
para além de mil e uma noites como Sherazade, uma mulher em sonho.
Ele seria a incógnita do tempo , mais que presente em sua vida.
Quinze
era o número que os separara num passado
recordado por ela e os unia agora num presente a dois.
Um versus o outro.
Talvez um dia em quinze de espera sejam uno.
A união verdadeira do SER 


Quinze!
A união plena entre o um e o cinco.
Um! Um sorriso trocado a dois.
Cinco! Cinco os dedos da mão dela
que ele segurou e teimou levar à boca para um terno beijo.
Sorriram para o nada, a acreditar no todo.
Serenamente o tempo devolveu-lhes quinze anos em quinze dias
Estavam ali a par olhos nos olhos sob um número ímpar .
O um
e o cinco que lhes trazia em flash imagens de uma outra história
recordada em quinze anos de intervalo sob cúmplices gargalhadas.
O um era um tempo.
O cinco os dias da semana
contados hora a hora segundo a segundo pelos dois.
Quinze
o número que os ligou
à vida no desejo de um fogoso
momento …

Monday, May 12, 2008

escrita


Escrevo para nós,
as linhas encontram-se perdidas neste branco, sempre branco.
A página teme em não passar em frente
Escrevo para nós, sempre em sentido único.
Frente, espaço, verso.
O nosso amor transformou-se nesta escrita de caligrafia desalinhada ,
marcada pelo ritmo sincopado de um sonho.
O nosso.
Escrevo para nós,
e agora é folha que teme
em não acrescentar nada de novo
à história que nos fez romper horizontes.
Paro para pensar.
Perco-me nos círculos do fumo, do cigarro que já não fumo.
Verifico o bico à bic .
Esta folha não é uma folha solta de um livro qualquer.
É a folha do livro do nosso amor.
E isso basta-nos, nesta escrita desigual.
Espaço, parágrafo, ponto final.

maré vaza

É cedo
meu amor
fragmentos do teu corpo acompanham o
sol que se acende na arriba dourada
plantada no além mar
e
vai 
areal fora
é sublime a dança que nos rompe
o grito 
solta o riso

é madrugada,meu amor,
uma madrugada aúrea,
nobre
de um sentimento
abstracto

é tarde, meu amor
prende-nos a dança

os corpos
a fisionomia
 a sombra
a quatro pés
...
a maré vaza.
Fecharam-se os postigos da casa assolarada fruto de um amor ancestral,
branca e azul anil pincelada a cal .
A janela do quarto traseiro, nunca mais se abriu, nem se viu mais a luz trémula da candeia que sempre acompanhou as noites da nossa vida.
As paredes gritaram em silêncio,
não se escuta o som firme das horas a bater no relógio de parede colocado ao canto,
o único som é um sopro leve de uma brisa gelada que afaga as cortinas de chita, cosidas por ti e ressequidas pelo sol que nos acompanhou os dias e os passos.
Sobre a mesa esvoaçam os poemas e os livros que leste horas a fio.
Fecharam-se as portas da vida para a rua..
No 52 já ninguém mora!

palavra

em  viagens mágicas
sussurraste-me 

o crepúsculo, o por do sol, o brilho do mar
e do olhar


sussurraste-me
o abrir da flor agreste
de um campo sem limites nem fim
e foi no teu sussurro que viajei
estrela a estrela
numa noite de verão sempre presente
 palavras
sonhos ,paixões
corpos, desejos,
e magia
trocámos sorrisos perenes de uma primavera
plantada dentro de cada um do nós
da viagem faltou a mais importante
 palavra
a palavra
Amor.

o beijo

o beijo
livre leve
suave breve
o beijo
leve solto


Da boca o beijo.

Monday, January 14, 2008

Silenciosamente 
devo-te um poema.
Escrito em silêncio
Um poema de memórias caladas em mim
Onde apenas soam os sons perdidos 
duma emoção sentida
Uma emoção branca, sorridente, alegre e viva como tu
presente na luz ,que nos une em silêncio, o mesmo silêncio
com que nos encontrámos ao longo dos anos
num passado
sem palavras,
mas presente agora em hino e no poema escrito em silêncio
em tua memória
ergo o meu olhar ao céu azul
no momento sentido
para sempre.